Cestos de Gonçalo,artesanato,moveis em vime e verga,

Quem Somos

 Um grupo de pessoas que se dedica á produção de peças Artesanais onde a materia prima é por Excelência o VIME e a VERGA.

 Dedicada exclusivelmente ao fabrico das mais belas peças,tanto utilitarias como para a decoração do lar.

 Entregas para todo o País, preços para revenda.

 

História do  Cesteiro

 

Como Produzimos

 

Os cesteiros trabalham, geralmente, em dependências das suas casas. Estas, tanto podem ser uma parte do andar térreo, sobre o qual se ergue o resto da habitação, como um pequeno espaço independente, construído para ser a oficina. Embora já existam casos em que se percebe a preocupação de conseguir algum conforto no espaço oficinal, a regra, mesmo nas novas construções é a de uma enorme falta de qualidade: não existem janelas, a luz natural entra pela porta de acesso, que comunica com o exterior o que, considerando a duração e características da estação fria, diz muito da penosidade do trabalho de cesteiro. Os interiores das oficinas raramente estão rebocados ou pintados. O cesteiro, que trabalha com materiais rijos e fibrosos, raramente usa luvas, pelo que as suas mãos estão muitas vezes cheias de cortes. A dureza dos materiais exige que, para poderem ser utilizados, sejam mergulhados em água, o que acentua, sobretudo no Inverno, o frio e o desconforto do ofício.

 

É neste interior, gelado muitos meses no ano, onde a luz escasseia e não existem salamandras ou qualquer sistema de aquecimento, que as mãos do cesteiro transformam a matéria prima numa produção que, mesmo quando é robusta, é sempre elegante. Para além do vime trabalhado inteiro ou "rachado" (com auxílio da "rachadeira" um caule dá origem a três ou quatro bocados, cortados longitudinalmente) o cesteiro utiliza, nas peças de mobiliário ou naquelas que exijam maior robustez, estruturas de madeira, muito simples, feitas por carpinteiro. A oficina raramente apresenta mais do que os diferentes molhos de vime, se- parados pelo respectivo calibre e qualidade (mais fortes, mais finos, com mais nós, mais compridos, mais cónicos, etc.) e o local onde o cesteiro trabalha definido pelo assento, baixo, e, ao lado, pela a mesinha de apoio, onde se dispõe uma escassa ferramenta: o furadouro, o martelo, pregos de vários tamanhos, a tesoura de podar, o "endireita toros", as "rachadeiras".

 

É ao carpinteiro que o cesteiro encomenda os moldes que precisa para trabalhar. Nem todos os cestos são feitos com o auxílio de molde, "formas", na terminologia de Gonçalo. Segundo alguns cesteiros os modelos mais antigos de Gonçalo serão aqueles "tecidos às mãos", em que o cesteiro trabalha, no mesmo movimento, vários caules, inteiros, de vime. Talvez que a designação da fantástica "mala de forma" denuncie ter sido o primeiro cesto a ser feito com auxílio de molde. A mesma "mala de forma" é, tal como muitos outros produtos de Gonçalo, tecida a "Liaça", uma espécie de fitas de vime, resultado do trabalho da "rachadeira " que abre os caules em três ou quatro bocados, os quais são depois "calibrados", ou seja achatados, por uns cilindros, numa máquina própria (a fieira).

 

É nesta oficina austera que as mãos do cesteiro "erguem" os cestos que agora tem dificuldades em colocar no mercado. "As pessoas deixaram de os comprar" dizem-nos entre o espanto e a perplexidade.

 

 

 

Há quem avance uma explicação: o preço, que seria muito elevado face à concorrência. Mas será que o preço destes objectos, que significa sobretudo a mão-de-obra que incorporam, é assim tão elevado? Não se vivem tempos em que tem havido dinheiro para tudo?

 

Talvez que os cesteiros de Gonçalo, como outros da região e do país, ainda estejam demasiadamente vincula- dos a circuitos comerciais, muito ligados a uma ruralidade que, cada dia que passa, se faz mais memória. Talvez que os cesteiros de Gonçalo necessitem de repensar as formas de escoamento que utilizam, talvez, desde há demasiado tempo. O País mudou e mudou muito. Se as feiras mantém muita da sua capacidade lúdica, cada vez menos serão o local certo para se atingir um público esquivo, seduzido por modelos de comportamento urbano. Mas essa mesma população que massivamente tem abandonado o interior para se fixar na faixa litoral, ou nos arredores das grandes cidades, necessita nas vivendas, que aos milhares foi construindo, dos muitos cestos que em Gonçalo se continuam a fazer com o brio e a habilidade de sempre. Papeleiras, cestos para a fruta, pequenas estantes e prateleiras, cestos para a roupa suja, "patifes/l para a roupa lavada, bandejas para a roupa passada a ferro, "malas de forma" para guardar brinquedos, gigos para a lenha, um sem número de usos que os cestos de Gonçalo permitem. Mas nas grandes cidades não existem locais, bem situados, onde seja fácil atraente e acessível comprar cestos. As grandes cadeias de distribuição de utilidades e pequeno mobiliário (e nestas lojas não se incluem as chamadas "lojas dos trezentos) não são portuguesas e nelas só se encontram peças espanholas ou asiáticas... porventura mais caras que as de Gonçalo.

 

Neste contexto de profunda desadequação da oferta com os locais onde se efectiva a procura não é de estranhar a importância da crise, traduzida pela diminuição de encomendas e pelo abandono da arte pelos mais jovens, que, se nem todos sentem de igual modo, todos reconhecem.

 

A vida nunca foi fácil para os activos cesteiros de Gonçalo, gente animosa por natureza, que não sabe virar costas às dificuldades e ao trabalho. Se souberem definir correctamente os seus objectivos, se conseguirem reorientar-se em relação a um mercado cada vez mais urbano e sofisticado, se estruturarem as parcerias mais adequadas e congregarem os meios necessários os cesteiros de Gonçalo continuarão, como sempre, a bem tecer.

 

Os seus cestos e o seu Futuro.

 

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